REVOLUÇÃO E EDUCAÇÃO: CONEXÕES ENTRE APRENDER PARA A VIDA E UTILITARISMO NO ENSINO SECUNDÁRIO
- Publicado
- Servidor
- SciELO Preprints
- DOI
- 10.1590/scielopreprints.14201
O presente artigo objetiva examinar as racionalidades políticas articuladas em torno das reestruturações propostas para o ensino secundário brasileiro na primeira metade do século XX, a partir das proposições curriculares expressas nos programas de ensino, que constam nas páginas da obra Theoria e pratica de ensino secundário, publicada em 1935 e que representa o material empírico da pesquisa. A metodologia utilizada foi análise documental, segundo Cellard (2012), somada aos aportes epistêmicos e metodológicos de Certeau (1994). A renovação dos programas de ensino, eixo estruturante do processo de reconstrução nacional a partir dos preceitos escolanovistas, foi alicerçada pelo ideal reformista e modernizador da sociedade, justificada pelas necessidades impostas por uma “civilização em mudança” (Kilpatrick, 1964, p. 11). Processo marcado por embates profundos entre duas perspectivas distintas assinaladas pela ênfase em uma educação clássico humanista e uma educação científica. Neste cenário, os resultados da pesquisa apontam que as novas proposições curriculares contidas nos programas de ensino se articulam em torno de dois pressupostos centrais, que podem ser sintetizados na ênfase em uma educação para a vida e no utilitarismo, elementos que assumiram centralidade para balizar o processo de renovação e modernização do ensino, diante das críticas à uma educação tradicional, influenciando também na definição didático-metodológica dimensionada para o ensino secundário no período em questão.