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Este trabalho apresenta uma reflexão teórica sobre as inter-relações entre ciência cidadã, justiça epistêmica e educação científica, discutindo suas implicações para práticas pedagógicas críticas, inclusivas e socialmente comprometidas. Fundamentada em produções consolidadas e recentes, a análise problematiza a compreensão da ciência como prática social e cultural, marcada por relações de poder e desigualdades epistemológicas, e defende a valorização de epistemologias plurais no ensino e na aprendizagem. A reflexão se organiza em cinco eixos: (1) Educação em Ciências, Alfabetização Científica e Justiça Epistêmica; (2) Ciência Cidadã como Prática Pedagógica e Política; (3) Espaços Educativos: Articulações entre o Formal e o Não Formal; (4) Desafios e Possibilidades para a Implementação da Ciência Cidadã na Educação; e (5) Ciência Cidadã e Transformação Social no Contexto Escolar. Argumenta-se que a ciência cidadã, ao promover a participação ativa de diferentes atores sociais na produção do conhecimento e ao reconhecer saberes historicamente marginalizados, pode fortalecer a alfabetização científica e ampliar o potencial transformador da educação científica. Conclui-se que perspectivas inclusivas, decoloniais e voltadas para a justiça social são fundamentais para que a ciência cidadã contribua efetivamente para a democratização do conhecimento e para o fortalecimento da cidadania.