OS RÓTICOS E A CONFIGURAÇÃO DIALETAL DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: DE NASCENTES AO ALIB
- Publicada
- Servidor
- SciELO Preprints
- DOI
- 10.1590/scielopreprints.14175
Os estudos dialetais no Brasil, mais especificamente os geolinguísticos, deram um salto quali-quantitativo nos últimos 25 anos, demonstrando com dados empíricos até que ponto ainda se sustenta a proposta de Nascentes (1953) acerca da divisão dialetal. Sabe-se que, basicamente, Nascentes vislumbrou essa possibilidade de divisão tomando como suporte a realização das vogais médias pretônicas. Neste trabalho, a fim de revisitar essa divisão com dados mais recentes e com base em outro aspecto fonético, o /r/ em coda silábica, fizemos primeiramente um passeio por alguns estudos realizados em todas as regiões administrativas brasileiras e, na sequência, elegemos como corpus as cartas fonéticas do ALiB, que tratam dos róticos em coda interna e externa coletados nas capitais. Assim sendo, os objetivos deste artigo são (i) discutir, à luz da Dialetologia Pluridimensional, a proposta de Nascentes (1953) acerca da divisão dialetal do Português falado no Brasil e (ii) comparar essa divisão com os dados obtidos pelo Atlas Linguístico do Brasil (Cardoso et al. 2014) no que tange às cartas fonéticas que tratam da distribuição areal dos róticos.