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O objetivo deste estudo é apresentar o mapeamento das políticas editoriais de revistas científicas brasileiras em acesso aberto e editoras internacionais, a partir das instruções fornecidas aos autores sobre o uso de Inteligência Artificial na condução de pesquisas e na elaboração de artigos. Pretendeu-se observar as instruções aos autores em revistas das áreas de Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Ciências da Saúde, indexadas na base SciELO Brasil; e verificar as diferenças das orientações de editoras científicas internacionais de impacto global. Metodologia: A pesquisa adotou uma abordagem quantitativa e qualitativa, sendo exploratória quanto aos objetivos e documental quanto aos procedimentos. Foi dividida em duas fases: a primeira consistiu na análise das políticas editoriais de revistas científicas brasileiras. Para esta fase, a coleta de dados foi realizada em outubro de 2024, analisando 148 revistas da SciELO que mencionavam alguma diretriz sobre IA (62 em Ciências Humanas, 56 em Saúde e 30 em Ciências Sociais Aplicadas). O quadro de análise foi composto por oito categorias de uso de IA generativa, norteado pelos Guias da Rede SciELO e diretrizes do COPE. A segunda fase selecionou para análise as diretrizes sobre IA de cinco grandes editoras internacionais líderes na publicação científica global: Elsevier, Taylor & Francis, Springer Nature, Sage e Wiley. Conclusão: O estudo destaca a necessidade urgente de diretrizes claras e padronizadas para as políticas editoriais brasileiras, visando promover práticas éticas e acompanhar a evolução tecnológica da IA no meio acadêmico. Enquanto as revistas nacionais priorizam referências a guias éticos gerais (SciELO e COPE), editoras internacionais (como Elsevier e Springer Nature) já exigem maior transparência e declaração obrigatória do uso de IA nos manuscritos. O modelo de maior padronização das editoras internacionais e as recomendações de entidades como o COPE e a Rede SciELO podem servir de guia para o aprimoramento das políticas brasileiras, garantindo a integridade, a confiabilidade e a transparência da publicação científica