A proposta apresentada neste trabalho parte da experiência de doutoramento de dois pesquisadores – a primeira referente ao estudo sócio-biográfico da obra de Max Weber e, a segunda, sobre a recepção de Henri Lefebvre no Brasil – associados a um projeto de investigação coletiva sobre intelectuais, pensamento social e circulação das ideias sociológicas no Brasil. Partindo dessas diferentes camadas de experiência histórica, foi possível constatar a necessidade de uma articulação estabelecida entre a área da sociologia dos intelectuais, sob a hegemonia da interpretação bourdieusiana da estruturação do campo, a partir da posição social ocupada por esses agentes, e de uma sociologia da cultura interessada no significado imanente dos artefatos intelectuais, quer sejam físicos – livros, revistas, jornais, coleções – ou estritamente simbólicos – teorias, conceitos, imagens, metáforas. A solução para a difícil correlação entre o contexto histórico-social de produção intelectual e a construção simbólico discursiva do texto, está dada por uma forma de tratamento do problema, uma atitude intelectual que interpela objeto e sujeito do conhecimento, constituindo-se como resposta mais eficaz ao dilema acima apresentado do que o contínuo movimento de produção de “novos” modelos teórico-metodológicos mais abrangentes, sintéticos ou revolucionário que os seus antepassados.
