Historicamente, nas sociedades patriarcais, mulheres são responsáveis pela educação de crianças e transmissão cultural em diversos níveis: linguístico, alimentar, artístico e de costumes. Nos processos de luta anticolonial, mulheres são vistas como fundamentais para a consolidação revolucionária nacionalista, no entanto, suas contribuições políticas e intelectuais são apagadas nas histórias oficiais. Este trabalho apresenta a atuação e circulação internacional de um grupo de mulheres timorenses que, no exílio em Portugal e Moçambique, desenvolveram uma pedagogia feminista decolonial e representam uma camada importante para a transmissão e circulação de conhecimentos, práticas e saberes. Em contato com as encruzilhadas culturais que o exílio forçou, geraram novas formas de luta e compreensão política para este grupo de mulheres. Em diálogo com as teorias decoloniais, este trabalho é parte de pesquisa de doutorado em andamento e propõe a perspectiva de uma pedagogia decolonial feminista.