Os movimentos de luta por amplificação dos direitos, entre eles o direito à moradia, marcam a transição democrática brasileira dos anos 1980 e têm grande impacto nas relações estabelecidas nas cidades brasileiras, em especial nas grandes metrópoles, onde a questão da moradia é atravessada por uma intensa disputa comercial de especulação imobiliária que precariza as condições de vivência dos ocupantes urbanos e dá luz as disputas daqueles que almejam moradia digna e melhores condições nas cidades. Em vistas disso, o presente artigo busca entender as dinâmicas existentes entre os movimentos sociais por moradia, em especial o MTST em Uberlândia-MG, e os fiéis evangélicos, analisando como o pentecostalismo elabora e reelabora a vivência dos ocupantes nesse espaço. Desde os anos 1990, com a ascensão dos grupos pentecostais nos espaços urbanos, novas dinâmicas sociais emergiram, redefinindo esses lugares que passam a se configurar a partir de outras maneiras e se constroem com e a partir desses novos atores, mas de que forma isso ocorre? Quais interesses estão em jogo? A pesquisa, ainda em andamento, inclui a aplicação de Survey para mapear características dos ocupantes, como renda, saúde, educação e preferências políticas, observação-participante na ocupação durante o ano de 2024 e realização de entrevistas semiestruturadas recortando apenas evangélicos. Os dados provisórios revelam que 45% dos ocupantes são evangélicos, 65% dos respondentes não possuem preferência partidária e há uma significativa taxa de não votantes, mesmo em um movimento social ligado a um partido político (PSOL).