Este artigo propõe uma análise crítica feminista das relações de gênero, dedicando-se a revelar como a colonialidade perpetua a subalternidade das mulheres e impacta o seu bem-viver no âmbito do sistema moderno/colonial de gênero. A discussão busca problematizar como a cultura hegemônica estabelece relações de poder, na quais a subalternidade de algumas experiências se apresenta não apenas como uma condição individual, mas uma ferramenta de desumanização que produz um sofrimento ético-político por meio de diversos sistemas de opressão. Utilizando uma abordagem feminista, interseccional e decolonial, a reflexão analisa os efeitos das violências enfrentadas, principalmente, pelas mulheres, que resultam em adoecimento psíquico e na formação de experiências subordinadas. Como proposta de resistência, o conceito de "Bem Viver" é tomado como um caminho possível para romper com as relações desiguais de poder e promover condições de vida dignas, propondo uma perspectiva de coletividade que favoreça a saúde mental e o bem-estar. O trabalho se fundamenta em revisão bibliográfica, incluindo autoras de relevância na discussão de gênero, colonialidade e saúde mental. Busca-se, por fim, contribuir para a construção de um projeto de mundo em que mulheres possam ocupar espaços de poder, saber e viver.