O artigo explora a relação histórica entre efeito de lugar e indício de mudança na questão do direito à universidade no Brasil. Vai até o conceito e até a prática social em dois passos. O objetivo é mostrar a relevância da noção de habitus para os estudos em educação, beber da fonte deste jogo conceitual em Pierre Bourdieu, perceber essa noção junto com a noção de efeito de lugar, em termos comparativos, seja para a periferia francesa, seja para a periferia brasileira, na busca da compreensão de indícios de mudança educacional no Brasil, por meio da luta de novíssimos agentes sociais pelo direito à universidade nas margens do campo educacional. A metodologia vale-se de estudo conceitual, do paradigma indiciário, de análise de uma amostra de documentos em um cursinho popular e da derivação de operadores lógicos para a mudança relevante em educação na margem do campo educacional. A conclusão é a percepção do surgimento de uma revolução na educação do Brasil, que brota desde o chão da periferia, o chão da dor, como um clamor e como uma prática social inscrita nos corpos, abrigada no cotidiano de pessoas, um clamor que mudaria a cara da universidade brasileira, ao tempo em que questiona estigmas arraigados como doxa.