Este artigo revisita a literatura clássica sobre o movimento homossexual brasileiro (MHB). Discute as dificuldades inerentes à categoria movimento social e demonstra como se deu a divulgação e a incorporação do mito fundador e da noção de que a imprensa gay artesanal, à exceção de Snob e Gente Gay, apenas conteria paródias e fofocas. Ao final, propõe uma metodologia para o exame da constituição de movimentos sociais cujos atores são marcados por dinâmicas de desqualificação ( pessoas LGBTI+, negros, povos originários, mulheres, prostitutas) que, ademais de processual, contemple o desafio consistente na superação a introjeção da identidade deteriorada. Apoia-se em Maria da Glória Gohn, E. P. Thompson, Peter Burke, Howard Becker, Pierre Bourdieu e Michel de Certeau.