SUPLEMENTAÇÃO DA FARINHA DE SEMENTE DE UVA EM PACIENTES COM CAQUEXIA ASSOCIADA AO CÂNCER COLORRETAL SEM TRATAMENTO ONCOLÓGICO PRÉVIO E O IMPACTO NA MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL
- Publicado
- Servidor
- SciELO Preprints
- DOI
- 10.1590/scielopreprints.14547
Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação de farinha de semente de uva versus placebo de amido de milho na microbiota intestinal de pacientes com caquexia associada ao câncer colorretal. Métodos: Estudo clínico de fase 2, randomizado, triplo mascarado, controlado por placebo, com 20 pacientes (n=9 intervenção, n=11 placebo). Os participantes receberam cápsulas com 8g/dia de farinha de semente de uva ou placebo durante 28 dias. Os objetivos secundários incluíram avaliação de marcadores inflamatórios plasmáticos e séricos, ingestão alimentar e perfil da microbiota intestinal. Amostras fecais foram coletadas antes e após a intervenção e analisadas por sequenciamento de próxima geração (NGS) usando QIIME 2 e DADA2. Amostras de sangue foram coletadas para análise de marcadores inflamatórios, e a ingestão alimentar foi registrada por recordatório de 24 horas. Resultados: A suplementação não alterou significativamente os índices de alfa diversidade (Chao1, Simpson, Shannon). Observou-se aumento significativo de Proteobacteria e redução de Bacteroidota nos pacientes suplementados. O aumento do IMC correlacionou-se positivamente com Blautia e negativamente com Bacteroidota. A reactância apresentou correlação positiva com Bacteroidota. Conclusão: A suplementação de farinha de semente de uva por 28 dias não modificou de forma relevante o perfil global da microbiota intestinal em pacientes com caquexia associada ao câncer colorretal, mostrando efeitos similares ao placebo. No entanto, houve impacto positivo em variáveis secundárias, incluindo marcadores inflamatórios, sugerindo benefício potencial em parâmetros metabólicos e imunológicos. Apesar das limitações do estudo, os resultados fornecem contribuições relevantes para a compreensão da caquexia no câncer, especialmente sobre o uso de produtos ricos em polifenóis e fibras alimentares como coadjuvantes terapêuticos.