Tanto a linguagem verbal quanto a música se baseiam em padrões temporais da informação auditiva, ou seja, no seu ritmo. O ritmo da fala se dá pela variação da amplitude, ou volume, de cada sílaba, assim como das sílabas acentuadas, o que ocorre por volta de 0,2 e 0,5 segundos respectivamente, ou seja, nas frequências entre 5 e 2 hertz. A percepção desses ritmos é uma das principais pistas para que as crianças possam começar a distinguir as sílabas das palavras. Crianças disléxicas apresentam dificuldades para distinguir as sílabas tônicas e defasagem no treinamento rítmico com batidas em 2 hertz. Por isso, tem sido proposto que um treinamento musical, que envolva habilidades de precisão temporal poderia auxiliar crianças disléxicas a remediar seu prejuízo no processamento temporal da fala. Neste artigo justificamos e propomos uma intervenção musical para ajudar crianças a aprenderem a ler, tendo ou não dificuldades de aprendizagem. Essa intervenção consiste em um conjunto de atividades elaboradas para trabalhar habilidades rítmicas, fonológicas e de leitura com o uso de canções infantis.