O propósito deste artigo é reiterar os principais conhecimentos correntes e atualizados sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), especialmente no que diz respeito a seu impacto na vida de meninas e mulheres a partir da produção científica recente. Maiormente, a partir do repertório da Teoria Crítica Feminista, sobrelevar a presença das mulheres na condição singular do autismo nas artes como uma matriz de percepção e expressão acerca do mundo que as rodeia e do qual fazem parte. Considerando a escassez de material publicado na forma de livros e artigos científicos sobre a presença do feminino na condição do autismo nas artes, foram selecionadas as histórias de vida das artistas com autismo, Carolina Mamedes da Cruz, Letícia Brasil e Nadia Chomyn, disponibilizadas em sites diversos, redes sociais e blogs pessoais. Tendo em consideração o estigma social e o capacitismo de que “autistas não têm sentimentos” e/ou possuem “pouca capacidade imaginativa”, sublinhou-se, tal como indica o título deste texto, a intensidade e a sensibilidade como atributos e capacidades humanas reconhecidas e pertinentes ao protagonismo artístico, portanto, qualidades presentes em mulheres com autismo que são artistas. Por fim, conclui-se que a arte é uma das mais belas formas de expressão da manifestação humana, de modo que o autismo não deve ser motivo para espanto, mas condição que deve ser respeitada e que constitui a vida de mulheres artistas que o experienciam e que compartilham suas composições com o mundo.